Essa desconcertante mania de nos chamarmos por títulos dados por quem nos deram a vida, que é de certa forma inútil, pois há tantos iguais, indiferente da língua, cor, classe social, religião, etc., etc., é o mesmo nome disfarçado por características da ocasião que no fim tem o mesmo significado, que não nos interessa e/ou não faz significado nenhum para nós, portadores destes nomes.
E os sobrenomes então, algo tão presunçoso como a própria humanidade, nos dizendo que nós pertencemos àquela família, àquele grupo de pessoas que não tem nada em comum há não ser o sobrenome e alguns traços físicos e tirando assim parte da nossa individualidade. E ainda chega a ser pior, trazendo preconceitos disfarçados de falsos preceitos, onde uma família diz-se ser melhor que a outra, colocando obstáculos em relacionamentos que seriam memoráveis se não fossem estes atritos.
Então se quiseres me conhecer, por favor, não me pergunte qual o meu nome, pois eu não sou um nome.
Eu sou essa voz que vos fala, eu sou este rosto que tu vês, este cheiro impuro e orgânico que lhe entope as narinas, este corpo imperfeito que tu sentes o tato, o calor, eu sou o gosto das lagrimas que te fiz chorar ou das pequenas gotas de suor que te fiz suar, esse pensamento que lhe perturba a mente ou esse sentimento que lhe afoga a alma. Nesse caso, dentro da sua própria consciência você saberá quem sou eu, tendo ou não um titulo para este conjunto de atos que num curto instante fez parte da sua existência.
Agora se fui apenas vulto irreconhecível passando em meio à multidão, um pequeno ruído estridente em meio a um confuso falatório, um leve aroma que passou sem sequer ser sentido, apenas mais uma superfície áspera que passou entre tantas outras no dia-a-dia, um gosto seco dentro do seu próprio respirar, ou quem sabe um pressagio de pensamento ou sentimento que passou sem ser realmente pensado ou vivido. Bem, nesse caso é bem mais simples, dentro da sua própria consciência eu não fui nada, e então para que mais títulos se já lhe deram até mais de um: Nada, Ninguém.
Então que tal começarmos nosso relacionamento de uma forma um pouco fora da habitual. Ao invés de falarmos “Bom dia, meu nome é ..., muito prazer” e dar aquele velho e hipócrita aperto de mão simbolizando que vocês se conheceram, quando na realidade sabem apenas o nome um do outro. Vamos tentar falar “Bom dia, este sou eu, por que não chegas mais perto para nos conhecermos melhor?”
Daniel Bassani
2 comentários:
OI Bassaniiii..
Estou passando pra dizer que adorei seu blog e o texto é muito bom..mas que tb adoro vc tb..
Bjussssssss
Jú Pasquim
E ai Bassani,, gostei heim,, escreve mto bem,, eu compraria um livro seu!! ^^
Autor: Daniel Bassani,, pensou??
Qdo postar mais textos dá um toque ok!!
Bjinhuss!!!!
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