Senhor, acorde senhor.
O mundo enlouqueceu
Olhe o dia não amanheceu.
Os criados perderam o pudor
Está tudo invertido!
Tem brasa na latrina,
Tem ácido na tina,
As galinhas têm latido,
Os patos soltam grunhidos,
Os açudes estão coloridos.
Senhor, não se finja de surdo.
Os Padres estão em guerra,
E o motivo é absurdo,
Uns acham que é o fim da Terra,
Outros acham que é melhor dançar,
E seguem junto com os animais,
Deixam o devaneio lhes levar,
Nem mesmo dos mais brutais
Dos povos que adoram pecar
Não há um que a isso se possa comparar.
Senhor, levante agora mesmo.
Há homens na sua porta a cantar,
E não há nada para nos defendermos
Destes que estão a se despir e estrumar,
Pois não há policia, nem ordem, nem lei,
Não há um nobre, soberano ou rei.
E mesmo se tivesse, não teria moral,
Não seria capaz de deter tal multidão,
E estaria com os outros a rolar no chão,
No meio dessa imundice infernal.
Senhor, por que não me dá atenção?
Por que ainda está na cama de roupão?
Não vês que pode ser o apocalipse,
Aquele que há tempos vem sendo premeditado,
Não há nem luz, pois o céu é só eclipse,
E o senhor nem se preocupas, fica deitado.
Não tens medo de todo esse inferno?
De ver acabar o que antes se diria eterno
Ou de tudo acabar e o senhor não ver
Me responda, o que vai fazer?
Minha Senhora, o que posso eu fazer?
Se nesse exato momento estou delirando.
Pelo simples fato de te ver,
Pelo simples fato de estar te escutando,
Veja, estou ouvindo uma narrativa,
De uma raposa no mínimo altiva
Vestida de uma pobre criada,
Há de ser uma mal-amada.
Me acordando com desaforos,
Lançando agouro atrás de agouro.
Minha Senhora Raposa, então diga
Por que não vamos lá fora?
Finjamos que tu és minha amiga
Antes que este lindo dia vá embora.
Daniel Bassani
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Um comentário:
jah falei q são maravilhosos??????? pois bem são!!!!
saudade de bc pinga!!
beijos
Lari
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